A computação em nuvem possibilita entregar inovação de forma muito mais rápida devido à capacidade em fornecer infraestrutura de forma ágil, escalável e gerenciada. Cada provedor de nuvem possui seu portfólio, sua tecnologia e seus parceiros, recursos prontos para serem utilizados na construção de uma aplicação de negócio. Entretanto, usar tecnologia de um único fornecedor pode criar o que chamamos de “vendor lock-in”. Como fazer para uma tecnologia ou fornecedor não se tornar um limitador para o negócio de uma empresa?
Neste artigo vou apresentar os benefícios da abordagem Multicloud, por onde começar, os principais desafios e como endereçá-los.
O que é Multicloud?
Um ambiente Multicloud é aquele onde uma empresa utiliza vários provedores de nuvem para resolver um problema de negócio. Por exemplo: O provedor de nuvem A é muito bom em Inteligência Artificial, mas o provedor de nuvem B tem uma oferta NoSQL em SaaS muito madura, enquanto o provedor de nuvem C tem um custo-benefício bem melhor para um determinado serviço. Neste exemplo estou usando a melhor tecnologia e serviço disponível em cada provedor para atender os requisitos técnicos e de negócio da minha aplicação, isso é Multicloud!
Por onde começar?
O primeiro passo está na forma como desenvolvemos nossas aplicações e mais importante do que uma arquitetura moderna, cloud native, o uso padrões abertos e tecnologias open source permitem que sua aplicação seja “portável” para qualquer provedor de nuvem ou serviço que esteja em conformidade a este modelo.
Alguns serviços em nuvem como o IBM IKS Services já estão em conformidade com as diretrizes da Cloud Native Computing Foundation (CNCF), isto significa que este serviço passou por uma série de testes e revisões e suas aplicações, serviços e configurações, podem ser “deployadas” em outro provedor de nuvem CNCF compliant com pouco ou nenhum ajuste – CNCF é uma organização sem fins lucrativos que define as diretrizes para que um projeto seja caracterizado como open source e vendor-neutral.
Trabalhar com vários sabores de nuvem também exige um certo nível de conhecimento operacional de cada fornecedor, isso acontece porque o processo de criação de uma infraestrutura muda de nuvem para nuvem. Para minimizar a dependência de profissionais “multi nuvem” é essencial o uso de infraestrutura como código (IaC).
Automatizar a criação de ambientes e o deploy de aplicações reduz a quantidade de tarefas repetitivas e possíveis erros humanos. Também é muito comum nesta abordagem criar um catálogo com arquiteturas de referência e permitir que os times criem sua infraestrutura, este caso de uso pode ser aplicado em qualquer nuvem, privada ou pública.
Infraestrutura criada! E agora?
Usar uma plataforma para a Gestão Centralizada de Ambientes Multicloud é outra capacidade que não podemos abrir mão! Para um Administrador / SRE / Cloud Admin é importante ter acesso rápido à informação sem precisar acessar o painel da nuvem A, B ou C. Essa plataforma deve prover um painel com acesso rápido aos recursos gerenciados em cada nuvem, sua disponibilidade, tendências de custo, principais eventos, últimos incidentes, além de permitir gerenciar o ciclo de vida de aplicações, serviços, plataforma e infraestrutura, dentro ou fora de casa (nuvem privada ou pública):
Multicloud é uma tendência?
Sim! Mesmo com os desafios a abordagem Multicloud vem crescendo dia a dia nas empresas, reduzindo barreiras tecnológicas, financeiras e acelerando o processo de inovação e transformação digital. É bem provável que você ou sua empresa já trabalhe com mais de um provedor de nuvem e criar uma fundação baseada em alguns conceitos vistos aqui irá ajudá-lo a escalar todo potencial dessa abordagem. Além da transformação tecnológica também existe a transformação cultural, mas como toda nova abordagem pode ser adotada de forma gradual e sempre com o foco na entrega de valor.
Até o próximo post!
Faça parte da minha rede: www.linkedin.com/in/eduardofrancellino