Continuous Delivery vs Continuous Deployment

Continuous Delivery e Continuous deployment – São termos frequentemente usados em DevOps e causam bastante confusão por serem bem parecidos 🙂

Neste artigo vamos entender suas características e como se complementam!

Continuous Delivery

Continuous Delivery é uma prática que automatiza o ciclo de vida do desenvolvimento de software, permitido que uma nova versão ou funcionalidade esteja pronta para ser implantada em produção a qualquer momento.

Para entregar software com qualidade e de forma continua é preciso garantir que processos manuais e tarefas repetitivas sejam automatizados, além tornar o processo mais ágil a automação ajuda reduzir possíveis erros humanos.

Pipeline com Continuous Delivery
Pipeline usando Continuous Delivery

Na figura acima quase todo o processo é automatizado, exceto o deploy em produção. Isso acontece porque em algumas empresas existe um time chamado CAB (change approval board).

O CAB é responsável por aprovar ou não um novo deploy em produção, e é justamente aqui onde começamos falar sobre Continuous Deployment.

Continuous Deployment

Continuous Deployment significa que qualquer alteração feita em seu software, seja ela corretiva, evolutiva… Será integrada, testada, compilada e se passar por todos os testes unitários e de integração, será implantada diretamente em produção sem intervenção humana!

Essa abordagem depende extremamente da qualidade dos testes automatizados pois serão estes que irão dizer se o software pode ou não entrar em produção.

Pipeline usando Continuous Deployment
Pipeline usando Continuous Deployment

Continuous Delivery e Deployment na vida real

Seu cliente reportou que os usuários do e-commerce estão recebendo uma mensagem de erro aleatória que afeta diretamente o processo de compras no portal, este problema precisa ser corrigido o mais rápido possível pois estamos em Black Friday!

O time de desenvolvimento recebe este feedback e para simular o erro precisa fazer o deploy em um ambiente interno similar ao de produção, isso precisa acontecer rápido!

É acionado um deploy com base na release de produção, os testes automatizados são executados com sucesso e a aplicação é implantada no ambiente interno sem intervenção humana. Isso é o que chamamos de Continuous Delivery!

Em seguida, o erro é rapidamente identificado, corrigido e um novo deploy automático é acionado, mas agora o deploy é feito diretamente em produção. Sim! Acabamos de fazer um Continuous Deployment!

Podemos dizer então que:

Continuous Deployment é o resultado natural de um Continuous Delivery bem feito!

Conclusão

A diferença entre Continuous Delivery e Continuous Deployment está na forma como entregamos nosso software em produção. Na primeira abordagem o deploy é feito de forma manual dependendo de uma aprovação, já na segunda abordagem o deploy é feito diretamente em produção, de forma continua e sem intervenção humana.

É importante dizer que em ambos os casos é mandatório que 100% do código esteja coberto por testes automatizados.

Que tal colocar estes conceitos em prática?

Até o próximo post! 

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Multicloud, a computação em nuvem com vários sabores!

Multicloud, a computação em nuvem com vários sabores!

A computação em nuvem possibilita entregar inovação de forma muito mais rápida devido à capacidade em fornecer infraestrutura de forma ágil, escalável e gerenciada. Cada provedor de nuvem possui seu portfólio, sua tecnologia e seus parceiros, recursos prontos para serem utilizados na construção de uma aplicação de negócio. Entretanto, usar tecnologia de um único fornecedor pode criar o que chamamos de “vendor lock-in”. Como fazer para uma tecnologia ou fornecedor não se tornar um limitador para o negócio de uma empresa?

Neste artigo vou apresentar os benefícios da abordagem Multicloud, por onde começar, os principais desafios e como endereçá-los.

O que é Multicloud?

Um ambiente Multicloud é aquele onde uma empresa utiliza vários provedores de nuvem para resolver um problema de negócio. Por exemplo: O provedor de nuvem A é muito bom em Inteligência Artificial, mas o provedor de nuvem B tem uma oferta NoSQL em SaaS muito madura, enquanto o provedor de nuvem C tem um custo-benefício bem melhor para um determinado serviço. Neste exemplo estou usando a melhor tecnologia e serviço disponível em cada provedor para atender os requisitos técnicos e de negócio da minha aplicação, isso é Multicloud!

Por onde começar?

O primeiro passo está na forma como desenvolvemos nossas aplicações e mais importante do que uma arquitetura moderna, cloud native, o uso padrões abertos e tecnologias open source permitem que sua aplicação seja “portável” para qualquer provedor de nuvem ou serviço que esteja em conformidade a este modelo.

Alguns serviços em nuvem como o IBM IKS Services já estão em conformidade com as diretrizes da Cloud Native Computing Foundation (CNCF), isto significa que este serviço passou por uma série de testes e revisões e suas aplicações, serviços e configurações, podem ser “deployadas” em outro provedor de nuvem CNCF compliant com pouco ou nenhum ajuste – CNCF é uma organização sem fins lucrativos que define as diretrizes para que um projeto seja caracterizado como open source e vendor-neutral.

Trabalhar com vários sabores de nuvem também exige um certo nível de conhecimento operacional de cada fornecedor, isso acontece porque o processo de criação de uma infraestrutura muda de nuvem para nuvem. Para minimizar a dependência de profissionais “multi nuvem” é essencial o uso de infraestrutura como código (IaC).

Automatizar a criação de ambientes e o deploy de aplicações reduz a quantidade de tarefas repetitivas e possíveis erros humanos. Também é muito comum nesta abordagem criar um catálogo com arquiteturas de referência e permitir que os times criem sua infraestrutura, este caso de uso pode ser aplicado em qualquer nuvem, privada ou pública.

Infraestrutura criada! E agora?

Usar uma plataforma para a Gestão Centralizada de Ambientes Multicloud é outra capacidade que não podemos abrir mão! Para um Administrador / SRE / Cloud Admin é importante ter acesso rápido à informação sem precisar acessar o painel da nuvem A, B ou C. Essa plataforma deve prover um painel com acesso rápido aos recursos gerenciados em cada nuvem, sua disponibilidade, tendências de custo, principais eventos, últimos incidentes, além de permitir gerenciar o ciclo de vida de aplicações, serviços, plataforma e infraestrutura, dentro ou fora de casa (nuvem privada ou pública):

Multicloud é uma tendência?

Sim! Mesmo com os desafios a abordagem Multicloud vem crescendo dia a dia nas empresas, reduzindo barreiras tecnológicas, financeiras e acelerando o processo de inovação e transformação digital. É bem provável que você ou sua empresa já trabalhe com mais de um provedor de nuvem e criar uma fundação baseada em alguns conceitos vistos aqui irá ajudá-lo a escalar todo potencial dessa abordagem. Além da transformação tecnológica também existe a transformação cultural, mas como toda nova abordagem pode ser adotada de forma gradual e sempre com o foco na entrega de valor.

Até o próximo post!

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